Em oitiva comandante da guarnição da PM relata que Tia da ex-noiva do vereador, exonerada por ele do gabinete, teria influenciado a sobrinha registrar B.O
O AconteceMS teve acesso ao conteúdo dos depoimentos prestados em processo administrativo da Câmara Municipal de Dourados. Os policiais que atenderam a ocorrência de suposto caso de vias de fatos envolvendo o vereador Diogo Castilho (DEM) no dia 4 de setembro de 2021 apresentaram, durante oitiva, inúmeros fatos esclarecedores sobre o ocorrido e que colocam em xeque a versão que tem sido divulgada pela ex-noiva do Vereador.
Um dos mais importantes depoimentos partiu do PM C.B.X que comandava a guarnição da Polícia Militar, no dia. Ele confirmou que durante toda a abordagem a possível vítima Thaís Carlos Ponce esteve tranquila, não chorou e nem ficou nervosa. A postura só mudou depois que a noiva do vereador teve contato com a tia, que já foi assessora do parlamentar e precisou ser exonerada por ele, por estar desempenhando as funções de forma inadequada e causando conflito interno dentro do gabinete.
Na delegacia o comandante da guarnição chegou pedir para um dos policiais tirar a tia de perto de Thais porque a presença dela estaria deixando a jovem emocionalmente abalada. Ou seja, quando eles chegaram na abordagem ela se mostrava calma e tranquila, e somente após o contato e a chegada da Tia que foi demitida do gabinete de Diogo é que passou a ficar nervosa e acusar o vereador.
Outro detalhe importante é que ainda na residência, a então noiva do vereador foi questionada por duas vezes, pelos policiais, na ausência do vereador, se tinha sofrido algum tipo de agressão. E ela negou. Mas por cautela os PMs mantiveram o procedimento e pediram para averiguar, já que em alguns casos, por medo, a vítima pode omitir a agressão. Ao verificarem de perto com uso de uma lanterna constataram que de fato não havia nenhuma lesão aparente nos braços e pescoço dela.
“Ela é uma mulher muito branca e estava usando um colar. Se tivessem apertado forte os braços ou o pescoço com certeza teria ficado alguma marca ou vermelhidão. O que não foi o caso”. “Quem apresentava lesão num dos braços era o vereador”, declarou o PM D.S. que também participou da ocorrência.
O comandante da guarnição chamou atenção para o fato de o exame de corpo de delito não ter sido feito no dia em que ocorreu o fato, mas somente no dia seguinte. Que isso daria margem para uma pessoa se auto lesionar para prejudicar a outra.
“Para mim exame de corpo de delito feito em outro dia não vale. Tem que ser feito na hora, no dia. A pessoa pode se auto lesionar para criar uma marca”, ressaltou C.B.X durante a oitiva na Câmara.
Os dois relataram aos policiais que tinham passado a tarde com amigos e que ao chegar em casa tiveram uma discussão. Thais teria avançado sobre o vereador, que para evitar ser agredido, a segurou pelos braços e a empurrou sobre a cama.
D.S. ao ver que não tinha lesão aparente na jovem disse que não tinha amparo legal nesse caso para conduzi-los à delegacia, mas que se quisesse registrar boletim de ocorrência poderia fazer posteriormente. Ela ainda teria dito aos policiais que amava Diogo e que não queria prejudicá-lo, mas depois de falar por telefone com a sua Tia ex-assessora do vereador, mudou de ideia e decidiu registrar o B.O.
Na delegacia, já acompanhada da tia, o depoimento de Thais foi completamente diferente do que havia declarado aos policiais na hora dos fatos. Na oitiva ela relatou que teria sofrido agressões pelo vereador, diferentemente do que havia dito aos policiais no primeiro atendimento da ocorrência e quando ainda não havia tido contato com a tia que foi demitida por Diogo.
Sobre a inexistência de lesões aparentes no momento da ocorrência, Thais não soube explicar porque isso se deu, apenas que “No dia dos fatos eu não fiquei com nenhuma lesão. Acredito que por eu ser branca”. Afirmação que destoa da conclusão do experiente policial o PM D.S., para quem “Ela é uma mulher muito branca e estava usando um colar. Se tivessem apertado forte os braços ou o pescoço com certeza teria ficado alguma marca ou vermelhidão. O que não foi o caso”.
Questionada porque não disse aos policiais que havia sido agredida, mas somente passou a sustentar essa versão após o contato com a tia, desafeta do vereador, Thais declarou que teria se sentido intimidada com a presença de Diogo, mas em comparação com os depoimentos dos policiais a versão dela não faz sentido porque eles conversaram com Thais sozinha, sem a presença de Diogo, pois pediram ao vereador que se retirasse, porque essa é a conduta adotada pela guarnição nesse tipo de ocorrência.
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