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Governo do Estado assina compromisso de zerar feminicídio em Mato Grosso do Sul

Subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres, Manuela Nicodemos Bailosa, acompanhada da secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza, na assinatura da carta compromisso - Foto: Matheus Carvalho/Cidadania

Mato Grosso do Sul assume compromisso de zerar o feminicídio no Estado, aderindo à Articulação Nacional pelo Feminicídio Zero, lançado pelo Ministério das Mulheres.

Na prática, a assinatura da carta é o compromisso de Mato Grosso do Sul em somar às iniciativas do Governo Federal para prevenir todas as formas de violência com base em gênero contra as mulheres em sua diversidade e alcançar o Feminicídio Zero.

A campanha com ações planejadas é lançado durante o Agosto Lilás, quando as ações se voltam para intensificar a conscientização social e promover medidas de prevenção em resposta à violência baseada em gênero contra as mulheres.

O compromissão foi oficializado na quinta-feira (1), com a assinatura do documento que traz as diretrizes das ações de combate ao feminicídio que devem ser seguidas.

A secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza, e a subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres, Manuela Nicodemos Bailosa, firmaram a adesão do Governo de Mato Grosso do Sul.

“Esta assinatura significa a responsabilidade de Mato Grosso do Sul assume em desenvolver uma estratégia para prevenir todas as formas de violência contra as mulheres e evitar o crime de feminicídio no Estado”, ressalta a subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres, Manuela Nicodemos Bailosa.

Para a secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza, a adesão à Articulação Nacional pelo Feminicídio Zero reafirma o compromisso da Cidadania. “Estamos imbuídos em traçar planos para enfrentar todos os tipos de violências contra as mulheres. Então, assinar a carta compromisso é a materialização do nosso trabalho e a garantia de que as estratégias não serão focadas apenas em agosto, e sim ao longo da nossa gestão”.

O documento apresenta os seguintes objetivos de mobilização permanente:

  • Promover a transformação cultural de atitudes, hábitos e comportamentos discriminatórios contra as mulheres em sua diversidade;
  • Desnaturalizar a violência baseada em gênero contra as mulheres e promover a não-tolerância social a essa violência;
  • Enfrentar as discriminações de gênero que reforçam os lugares de subordinação das mulheres na sociedade, subestimam suas capacidades intelectuais e de liderança, hipersexualizam os corpos de meninas e limitam o acesso ao direito de viver sem violência;
  • Realizar ações voltadas para homens e meninos, de educação, conscientização, prevenção, responsabilização e de mudança de práticas discriminatórias e violentas contra as mulheres;
  • Promover a compreensão da discriminação de raça, cor e gênero e as barreiras para acesso de mulheres negras e indígenas a seus direitos, transformando práticas institucionais, a fim de fomentar medidas que promovam a equidade de gênero;
  • Prevenir a violência contra meninas e adolescentes preparando-as para a vida livre de violência, com liberdade e autonomia;
  • Fomentar ações para mitigar os impactos da violência baseada em gênero na saúde física e mental das mulheres, em sua capacidade de decisão, autonomia e bem-estar e as consequências geradas para as famílias, comunidades e as sociedades;
  • Informar sobre os direitos das mulheres garantindo acesso à informação a toda a população.

O documento ainda prevê ações integradas entre Governo Federal e Estadual como estabelecer políticas internas contra qualquer forma de violência e assédio, a promoção de seminários acerca da temática, e ainda colaborar com organizações que oferecem apoio a mulheres em situação de violência, disponibilizar apoio jurídico e psicológico.

Além de promover  a inclusão de mulheres em posições de liderança dentro das instituições e apoiar políticas públicas e legislações que busquem combater o feminicídio.

REGISTROS

Nos primeiros cinco meses deste ano, 17 mulheres foram vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul, o que representa quase o dobro da quantidade de casos registrados no mesmo período do ano passado, quando o Estado tinha 9 óbitos por esse tipo de crime.

Os dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) mostram ainda que o índice é o terceiro maior nos últimos dez anos, ficando atrás apenas de 2022, quando foram registradas 20 ocorrências de janeiro a maio, e de 2020, que teve 18 casos no mesmo período.

Os meses com maiores índices são fevereiro e abril, com 5 feminicídios em cada. Maio foi o com menos óbitos, com um registrado. O caso em questão foi o da corretora Amália Cristina Mariano Garcia, que inicialmente era  tratado como latrocínio (roubo que resulta em morte), mas passou a ser interpretado como feminicídio no decorrer das investigações.

Fonte: Correio do Estado

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