Levantamento feito pela Aprosoja-MS, Semagro e Famasul mostra que a estiagem em Mato Grosso do Sul provocou a retração de 4,77% na produtividade prevista para safra de soja de 2021/2022, caindo de 56,38 para 53,69 sacas por hectares. A expectativa que era de 12,773 milhões de toneladas, agora está em 12,164 milhões.
Para ajudar e apoiar os produtores que foram prejudicados com este cenário, o governador Reinaldo Azambuja decretou, na semana passada, a situação de emergência em todo Estado devido a estiagem. Esta ferramenta permite que o produtor acione o seguro agrícola, o Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária) e busque prorrogar as parcelas dos financiamentos.
“Desde o mês de dezembro, estamos monitorando a questão da estiagem e seca prolongada em Mato Grosso do Sul. Estamos com volume de chuvas muito pequenas, que trazem grandes problemas em todo Estado, por isso decretamos a situação de emergência nos 79 municípios”, afirmou o governador.
O titular da Semagro, o secretário Jaime Verruck, destacou que a estiagem teve relação direta nos números da safra. “Pela produtividade média que era de 58 sacas por hectares, a nossa estimativa inicial era chegar nos 12,77 milhões de toneladas, mas ao longo deste processo, tivemos o problema de crise hídrica muito forte em dezembro, principalmente no Conesul, de Dourados, Ponta Porã até Mundo Novo, que foram as áreas mais afetadas”, afirmou o titular da Semagro, o secretário Jaime Verruck.
Na comparação com a produtividade da safra 2020/2021 houve uma retração de 14,56%, passando de 62,84 sacas por hectares para 53,69. Neste cenário a produção caiu 8,58%, passando de 13,306 milhões (toneladas) para 12,164 milhões.
“Já houve esta perda efetiva consolidada, agora vamos monitorar e verificar como isto vai ocorrer nos próximos meses. Já se iniciou a colheita da soja em algumas áreas e depois segue o plantio do milho. Além da perda na economia, temos que lembrar que muitos produtores fizeram contrato e vendas antecipadas junto ao mercado”, ponderou Verruck.
O secretário, no entanto, destacou que ao menos a área plantada de soja foi a recorde neste ano, tendo um aumento de 7% comparada a safra do ano passado, passando de 3,529 milhões de hectares para 3,776 milhões (hectares). “Trata-se de uma estratégia que o governo desenvolveu de recuperação de áreas, para novas áreas para produção de soja”, explicou.
O decreto de situação de emergência em função da estiagem vai ajudar diversos setores da produção do Estado, desde o cultivo de soja, assim como agricultura familiar, pastagens e outros setores atingidos. Além do seguro agrícola, outro ponto importante é o governo federal reconhecer a situação no Estado.
“Precisamos que a União reconheça este decreto estadual ou faça um reconhecimento federal, para que se possa prorrogar parcelas de seus financiamentos aos produtores. No próximo dia 13 (janeiro) estarei com a ministra Tereza Cristina visitando algumas áreas afetadas em Ponta Porã”, revelou o secretário.
No levantamento em relação a produção de soja, as regiões do Estado mais afetadas devido a estiagem foram Sudeste e Sul-Fronteira, em cidades como Mundo Novo, Jateí, Japorã, Novo Horizonte do Sul, Taquarussu, Nova Andradina, Batayporã, Itaquirai, Eldorado, Ivinhema, Tacuru, Paranhos e Sete Quedas.
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