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Estudo com 200 pessoas vai mostrar como celular afeta o corpo ao andar e dirigir

Homem manuseia celular com mão no volante. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O uso do celular no trânsito é prática comum apesar de causar acidentes. Para entender melhor o impacto disso no corpo e gerar dados para políticas de educação no trânsito, pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) trabalham em um projeto de pesquisa que vai expor detalhes de como homens e mulheres de diferentes idades são afetados e o quanto se colocam em risco, não só pelo uso do smartphone ao volante, mas também ao caminhar. Em 2023, o Detran MS (Departamento Estadual de Trânsito) emitiu 35 mil multas por uso de celular ao volante, média de 4 por hora.

Um sensor de movimento será usado em 200 pessoas que vão caminhar ou dirigir em três situações diferentes: normalmente (sem o celular), digitando mensagens e fazendo ligações. Os pesquisadores vão observar o que o equipamento revela sobre esses diferentes contextos, levando em consideração o sexo e as idades dessas pessoas.

No caso da direção, os voluntários vão dirigir em simuladores, já que a situação nas ruas é considerada infração gravíssima, gera sete pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e multa de R$ 293,47. O estudo será coordenado pelo fisioterapeuta e doutor em Ciências Médicas professor Gustavo Christofoletti com a participação de alunos de mestrado e doutorado.

O projeto de pesquisa intitulado “Do celular ao acidente de trânsito: análise cinemática de pedestres e motoristas em dupla-tarefa” tem o apoio da Fundect e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). O projeto foi contemplado com R$ 36 mil para apoio aos trabalhos que ocorrerão ao longo de três anos em várias etapas de estudos.

O grupo prevê levar os dados por meio de palestras às escolas e centros comunitários de Campo Grande para alertar sobre os riscos do uso do celular ao caminhar e dirigir.

“A ideia é que depois de finalizado, o estudo gere políticas de educação no trânsito e se possa ter aqueles dados para alertar, para as pessoas entenderem melhor o impacto disso. Acho que o celular faz parte da nossa vida. A ideia não é tirar o celular, não só em Campo Grande, o celular no trânsito já é corriqueiro, mas a ideia é alertar sobre os riscos disso”, explica Gustavo.

O aparelho chamado Baiobit contém faixas que são colocadas junto ao corpo e o sensor que mostra parâmetros da marcha, de velocidade, tamanho da passada e cadência, que é a quantidade de passos por minuto, entre outras informações, que serão interpretadas observando perfil de cada pessoa.

“A gente espera observar que com o uso do celular esses parâmetros fiquem diminuídos, porque a atenção da pessoa está mais vinculada ao celular do que à caminhada e como uma medida de proteção a pessoa começa a andar mais devagar. A gente espera também que esse impacto do uso do celular seja maior em idosos, porque nos idosos já tem as alterações que são naturais do envelhecimento. Então, isso vai ser potencializado. Tem-se a alteração cognitiva e motora, que é comum no envelhecimento. Então tudo isso altera os resultados”, detalha o pesquisador.

O professor lembra que não se tem muitos estudos que verificam qual é o risco de atropelamento e de quedas em ruas com buracos para pedestres que usam o celular. “Então, a gente quer ver qual é a melhor forma do uso da tecnologia quando caminhar, mas de uma forma segura”, comenta o professor Gustavo.

Os pesquisadores também estão fechando uma parceria internacional com especialistas em análise do movimento da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, para analisar os dados em conjunto, ampliando o cenário e as discussões em torno dos estudos.

Fonte: Campo Grande News

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