Briga generalizada marcou o primeiro jogo da final entre Caarapoense e Dourados no Campeonato Estadual de Futebol Sub-20. No vídeo da transmissão, é possível ver o momento em que o segurança de empresa privada usa o cassetete para atingir a cabeça do técnico do Dourados Atlético Clube, Mateus Sabatine, após suposto crime de racismo.
Na súmula da partida, o árbitro Fábio Silva de Oliveira relata que o tumulto começou ao final do jogo, quando os jogadores seguiam para o vestiário, que tem entrada pelo mesmo portão. Conforme o vídeo, o técnico retorna até o local da confusão, gesticula e diz algo para o segurança, que não foi possível identificar. O segurança revida, agredindo o técnico. No vídeo, é possível ver o segurança justificando que foi chamado de “macaco”.
Segundo o chefe de segurança da Caarapó Segurança Privada, Alex Sandro Lopes de Almeida, o funcionário reagiu em legitima defesa, pois o técnico teria chamado o segurança de “macaco”. Alex relata que foi registrado boletim de ocorrência pelo crime de racismo. “No vídeo não mostra que o segurança foi lesionado, o treinador estava criando problema desde a chegada ao estádio”, disse.Conforme Alex, o funcionário pediu para que o técnico concentrasse os jogadores dentro do vestiário, e parasse de ficar entrando e saindo do local. “Quando ele falou isso, foi quando o técnico deu as costas, lesionou o segurança e disse: ‘seu negro, macaco. Você não sabe com quem está mexendo'”, afirmou Alex.
Pouco tempo depois, Mateus Sabatine cai no gramado, com a cabeça sangrando. O segurança aparece nas imagens informando a comissão técnica do Operário e do Dourados, que bateu no técnico após ter sido chamado de “macaco”. Mateus Sabatine negou as acusações de racismo ao Campo Grande News.
Segundo Mateus Sabatine, havia diversas pessoas ao seu redor e que se tivesse sido racista, teria sido “linchado e saído preso”, afirmou. “Eu não falei isso, foi uma mentira que inventaram para poder se safar da merda que eles fizeram. Essa é a verdade”, finalizou Mateus. O homem teve um corte de 4 cm de diâmetro, e precisou de atendimento hospitalar.
Além da briga, parte da torcida arremessou itens para dentro do vestiário dos jogadores, quebrando janelas.
Em nota, publicado no instagram do clube de Dourados, o time afirma que foi confeccionado um boletim de ocorrência. “O DAC repudia qualquer tipo de violência, é triste e lamentável que ainda vivemos isso no futebol”, diz a nota.
O Operário Atlético Clube de Caarapó lamentou, em nota, os atos de violência e injúria racial que possa ter ocorrido durante a partida deste sábado. “Reiteramos nosso repúdio a todo e qualquer ato de violência e também de racismo e discriminação, sendo tais condutas incompatíveis com os valores e história do nosso clube e nossa gente. A violência, intolerância, a discriminação e o preconceito precisam ser combatidos, seja no esporte ou em qualquer lugar na sociedade”, diz a nota.
Dentro de campo, Operário de Caarapó e Dourados abriram a disputa pelo título do sub-20 empatados em 1 a 1. Gabriel marcou para os visitantes e Vanderlei deixou tudo igual. Os dois se reencontram para o segundo jogo da final no próximo domingo (25), às 15h, no estádio Douradão. Quem vencer no tempo leva o título e em caso de novo empate a disputa vai para as cobranças de pênaltis.
Fonte: Campo Grande News
Comentar