Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito e candidato à reeleição, e Guilherme Boulos (PSOL) avançaram para o segundo turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo após uma apuração apertada. Nunes obteve 29,49% dos votos, enquanto Boulos ficou com 29,06%. A surpresa da eleição foi Pablo Marçal (PRTB), que chegou a ficar na frente de Boulos por mais de uma hora durante a apuração, mas terminou em terceiro lugar com 28,14% dos votos. O segundo turno entre Nunes e Boulos reedita, em escala local, a polarização entre Lula e Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022.
A disputa foi marcada por uma acirrada concorrência pelo segundo lugar, especialmente entre Boulos e Marçal. Mesmo antes da conclusão da apuração, os candidatos já travavam uma batalha voto a voto. Nunes manteve a liderança durante toda a apuração, enquanto Boulos e Marçal alternaram posições ao longo da contagem.
Ricardo Nunes contou com o forte apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que desempenhou um papel fundamental na articulação política e no financiamento da campanha. Freitas, aliado de Jair Bolsonaro (PL), foi responsável pela escolha do vice de Nunes, o ex-diretor da Ceagesp, Ricardo Mello Araújo. Apesar dessa proximidade com Bolsonaro, Nunes não teve uma participação ativa do ex-presidente em sua campanha e, em alguns momentos, optou por mantê-lo em segundo plano.
Nunes também precisou desviar de polêmicas envolvendo sua gestão, como as acusações de desvio de recursos em creches municipais e um boletim de ocorrência por violência doméstica contra sua esposa. No entanto, sua campanha focou em destacar programas realizados durante sua administração, herdada de Bruno Covas (PSDB), que faleceu em 2021.
Guilherme Boulos, por sua vez, consolidou sua base eleitoral desde a eleição de 2020, quando foi ao segundo turno contra Covas. Em 2022, ele abdicou da candidatura ao governo do estado em prol de Fernando Haddad (PT), numa articulação com Lula, o que lhe garantiu a liderança entre os candidatos de esquerda. Apesar de não contar com o apoio massivo de Lula durante a campanha, Boulos tentou associar sua imagem ao ex-presidente, além de criticar os adversários por suas ligações com o bolsonarismo e por questões judiciais.
Pablo Marçal foi a grande surpresa desta eleição. O ex-coach, que se apresentou como um outsider, conseguiu mobilizar eleitores a ponto de se tornar uma ameaça real à vaga no segundo turno. Durante a apuração, ele ultrapassou Boulos por alguns momentos, mas não conseguiu se manter à frente do psolista.
Após a confirmação dos dois finalistas, Tabata Amaral (PSB), que terminou a disputa em quarto lugar, anunciou apoio a Boulos. Apesar de divergências de projetos, a deputada federal declarou que não poderia apoiar Nunes e que votará em Boulos no segundo turno.
Fonte: Campo Grande News
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