Uma onda de calor atinge desde terça-feira (10) e até o final de sexta-feira (13) todo o Estado de Mato Grosso do Sul, conforme aviso do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Com temperaturas até 5 graus acima da média no período, diversos são os impactos do calor no cotidiano da população. Um deles está relacionado à utilização e manutenção de veículos automotores.
O calor intenso pode ter diversos impactos negativos sobre os veículos automotores, afetando sistemas mecânicos e elétricos quanto sua estética. No Brasil, onde as condições climáticas frequentemente incluem temperaturas extremas, é essencial entender como o calor pode influenciar o desempenho e a durabilidade dos automóveis.
Segundo o coordenador de curso de engenharia mecânica da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), professor Edilson Pollnow, o calor impacta em todos os componentes mecânicos e, além disso, em outros componentes de serviço e até estéticos.
No motor, o calor pode alterar a viscosidade dos fluídos como, por exemplo, o óleo lubrificante. Alterando s viscosidade, os componentes internos passam a sofrer maior atrito, gerando desgaste e também um aumento da temperatura interna.
“O aumento da temperatura interna do motor exigirá mais do sistema de refrigeração, popularmente conhecida como água do radiador. Nesse sentido é interessante sempre verificar o nível do líquido de arrefecimento e a periodicidade de troca, dados que constam no manual do veículo. Muito importante também colocar o líquido de arrefecimento correto, pois este possui uma temperatura de ebulição maior que a água, evitando a fervura e protegendo de forma mais adequada os componentes do motor”, destaca o professor.
Ele revelou ainda que sistema de freios e pneus também sofrem maiores desgastes. No caso dos freios, estão naturalmente submetidos a altas temperaturas, mas o calor pode impactar com perda de eficiência. “Em um veículo pequeno não chega a ser significativos, porém em veículos maiores, caminhões, por exemplo, a perda de eficiência pode ocasionar acidentes. Nestas situações a recomendação é programar melhor a parada evitando o uso excessivo dos freios”, disse.
No caso dos pneus, este passam a ter uma degradação maior em função das altas temperaturas que o asfalto pode atingir, normalmente de 10 a 20º Celsius a mais que a temperatura ambiente. “Em caso de más condições, ficam mais propensos a furos e até o estouro do pneu, situação grave que pode gerar acidentes. Por isso é importante manter-se atento ao alinhamento e ao desgaste dos pneus”, completou.
Ar-condicionado é herói e vilão
Nestas condições, o uso do ar-condicionado se torna quase essencial para garantir o conforto dos ocupantes e a segurança durante a condução. No entanto, é importante lembrar que o uso do ar-condicionado pode aumentar o consumo de combustível em torno de 10% a 20%.
Por sua vez, o uso do ar-condicionado pode demandar trabalho maior dos motores e automaticamente leva também a um aumento de consumo. Para minimizar esse impacto, é recomendável usar o ar-condicionado de maneira eficiente e manter o sistema em boas condições.
Outros componentes também são afetados
Conforme explica o docente, os sistemas mais afetados são justamente: freios, pneus e o sistema de refrigeração do veículo. Outros itens podem ser afetados em menor grau.
É o caso dos componentes internos, como plásticos que sofrem degradação pela incidência dos raios ultravioleta. “Ao longo do tempo estes começam o mostrar uma aparência ‘esbranquiçada’, além de ficarem mais quebradiços. Na parte estética, a exposição direta dos veículos ao sol intenso também gera problemas, pois ocorre a degradação da tinta, dando um aspecto opaco a pintura”.
Diante de todas essas variáveis, os fabricantes testam seus produtos em condições estressantes, em diferentes condições climáticas e também diferentes pavimentos. “Nesse sentido, o Brasil é referência, pois veículo que rodarão por diversas parte do mundo, passam frequentemente por testes aqui”, completou o professor.
Previsão do tempo
A onda de calor atual se estende desde o sul do Amazonas, e passa por toda a área de Rondônia, oeste de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, norte do Paraná e também atingir o sul de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.
Segundo o Inmet, a partir de sábado (14) as temperaturas começam a arrefecer. Em Campo Grande, há possibilidade de chuva para domingo (15), com temperaturas máxima e mínima de 30 e 19º C, bem abaixo dos 38º C que podem ser registrados na tarde desta quinta-feira (12). Na capital vizinha, Cuiabá, os termômetros devem marcar até 42º C nesta quinta e sexta-feira.
Fonte: Midiamax
Comentar