Apesar do excelente desempenho nas eleições municipais de 2024 em Mato Grosso do Sul, onde o PSDB elegeu 44 prefeitos entre 79 municípios, o partido enfrenta uma enorme crise nacional, agravada pela saída iminente de lideranças importantes, como a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, rumo ao PSD. Restarão, então, apenas dois governadores tucanos no país: Eduardo Riedel em Mato Grosso do Sul e Eduardo Leite no Rio Grande do Sul.
O futuro de Riedel no PSDB, no entanto, está incerto. Com o encolhimento do partido, a redução dos recursos para campanhas se torna um fator crítico para sua eventual tentativa de reeleição em 2026. Bastidores sugerem um possível acordo para que Riedel, o ex-governador Reinaldo Azambuja e prefeitos eleitos em 2024 migrem para o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. A aliança repetiria a dobradinha Riedel/Bolsonaro, que foi fundamental em sua eleição em 2022.
Apesar dessas especulações, Riedel adota um tom cauteloso. Ele reconhece as dificuldades enfrentadas pelo PSDB, mas destaca a importância histórica da legenda e sua capacidade de contribuir com o debate nacional.
“O PSDB é um partido que tem uma história no país, uma história que foi oposição agora nos últimos anos. E uma história de, enquanto no governo, ele conseguiu fazer grandes transformações e grandes reformas. Diminuiu de tamanho o fruto de toda uma conjuntura política que nós vivemos nos últimos dez anos praticamente. Mas que é um partido que está absolutamente preparado, com bons quadros. Para enfrentar os grandes temas e as discussões nacionais”, afirmou o governador.
Riedel reforçou que atualmente não há qualquer decisão sobre sua permanência ou eventual saída do PSDB, mas admitiu que o tema será discutido em 2025 com a cúpula nacional e integrantes estaduais do partido.
“Politicamente, essa é uma discussão que vai estar presente na vida do partido em 2025. A partir de agora, e futuramente, nós vamos tomar essa decisão com muita tranquilidade, mas não tem nenhuma discussão além dessa no momento pelo PSDB. Vou estar me reunindo com o diretório, com as grandes lideranças, com o presidente. É um partido que ainda tem muito a oferecer com o Brasil”, destacou o governador.
O ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual e tesoureiro nacional PSDB, já admitiu as dificuldades enfrentadas pela sigla. Segundo ele, o partido perdeu força após as eleições de 2022 devido a uma decisão equivocada de promover a pré-candidatura de João Doria à presidência. “O partido ficou muito pequeno depois da eleição de 2022 por um erro de avaliação dos tucanos”, declarou Azambuja em entrevista recente à Folha de São Paulo.
Azambuja acredita que o encolhimento do PSDB exigirá uma fusão partidária ou, ao menos, a formação de uma federação com legendas mais alinhadas à direita. Ele destacou o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, como uma opção natural em Mato Grosso do Sul. “É um partido que nos interessa muito em Mato Grosso do Sul, porque nós temos uma boa tratativa com a liderança do PL, tanto no estado como no nível nacional. Valdemar [Costa Neto], Rogério Marinho”, afirmou o ex-governador.
Fonte: Campo Grande News
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