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Artigo: TEREMOS CHURRASCO EM 2022?

Se você costuma comprar carne com uma certa frequência, pode perceber que nos últimos meses essa se tornou uma prática quase que insustentável em função dos constantes aumentos nos preços.

A baixa oferta de animais, casos isolados de vaca louca, queda nas exportações, aumento no preço dos insumos necessários a produção de milho e soja usados na fabricação da ração e o alto custo com animais de reposição são os principais motivos que levaram os consumidores de proteína animal a sentir no bolso o reflexo desses últimos episódios vividos pela pecuária brasileira.

E o que esperar para o setor ao longo de 2022?

Segundo a Scot Consultoria, a reposição de animais segue enxuta nesse início de ano dificultando assim a oferta aos frigoríficos. O que explica esse cenário é o forte impacto causado pelo clima, seja de muita chuva que impede o transporte dos animais ou de seca que reduz a capacidade de suporte das pastagens.

Os dois casos atípicos de “vaca louca” encontrados no Brasil ano passado foram os principais motivos do embargo nas exportações para a China, porém esse contratempo já foi vencido e o país consumidor já voltou a comprar. Conforme dados do Ministério da Agricultura (MAPA), em dezembro de 2021 as exportações para a China totalizaram 6,79 mil toneladas e no mesmo período, os Estados Unidos importaram 30,37 mil toneladas, tornando o principal consumidor do produto brasileiro. Além disso, nos dez primeiros dias úteis de 2022 o Brasil já exportou cerca de 72 mil toneladas de carne in natura, se mostrando um cenário de possível recorde para o mês de janeiro.

A seca em alguns estados e o excesso de chuva em outros preocupa não só os agricultores, mas também os pecuaristas, pois a baixa produtividade nas lavouras poderá elevar os preços dos principais insumos utilizados na produção da ração animal.

Para uma melhor compreensão do impacto destes fatos no consumo de carne dos brasileiros, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2021 o consumo de carne bovina diminuiu em 5,24 milhões de toneladas, o menor volume em 12 anos, significando um consumo por pessoa de 24,5kg da proteína, por ano.

Esses são alguns dos fatores que impactam diretamente no preço da carne. Para o curto prazo a expectativa é de que os preços ainda se mantenham estáveis, induzindo o consumidor a optar por diferentes fontes de proteínas, com custos menores.

Embora saibamos que oferta e demanda são fatores que influenciam o preço dos produtos, por enquanto, o momento é aguardar, ou seja, sem previsão de preços mais baixos no curto prazo.

Se vai ter churrasco ou não, vai depender de quanto você está disposto a pagar.

 

 Fábio Mascarenhas Dura é Administrador, Mestre e Doutorando em Agronegócios pela UFGD. E-mail: fabiodutra@ufgd.edu.br

 

 

Ana Paula Dalmagro Delai é Contadora, Mestre e Doutoranda em Agronegócios pela UFGD. E-mail: anapauladelai@hotmail.com

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